Nos dias atuais é possível uma pessoa ter múltiplos interesses na vida profissional. Neste sentido, o profissional pode fazer conexões entre uma determinada área e outra de modo que as suas diferentes formações se complementem. E no caso do design de interiores, quais conexões podem ser feitas?
Um caso que citei aqui no blog de contribuição criativa foi a do professor e designer Maxwell Ryan que bolou um método novo de trabalhar o design de interiores com os seus clientes, interligando seu conhecimento e vivências no magistério com suas experiências no setor empresarial. Este é só um exemplo, existem muitas outras possibilidades...
Recentemente, no decorrer da execução do projeto da "sala de leitura" do Senac na Santos Arquidecor-Casa Natal 2013, mantendo meu velho hábito de historiadora, de tudo fotografar para montar uma espécie de arquivo documental da obra, comecei uma reflexão sobre o processo de transformação da casa em que estávamos trabalhando. Sempre que eu ia lá tinha uma novidade, uma parede refeita, o piso arrumado, a substituição do gesso antigo, enfim... com toda essa mudança, dava para perceber que aquela casa com ares soturnos estava ganhando vida nova a cada dia.
Para quem não conhece o ofício do historiador posso dizer que é praticamente isso que acontece quando estamos pesquisando nos acervos e arquivos históricos. Quando tiramos a poeira de um texto, imagem ou objeto histórico e deixamos ele nos "contar" o que aconteceu em épocas passadas é como se déssemos "voz" ao documento e ele se libertasse do esquecimento para voltar a fazer parte da nossa sociedade, seja por meio de um livro, museu ou exposição.
Para realizar ambos os trabalhos são necessários profissionais empenhados, que saibam conduzir este processo de revitalização e que sejam apaixonados por reconstruir e recuperar o que foi feito por outras pessoas em diferentes épocas. E, se for preciso, que estes profissionais (historiadores, designers e outros) sejam capazes de oferecer novas possibilidades de uso, mais adequados aos dias de hoje, a fim de evitar que o documento, a casa ou o móvel antigo se perca e se "cale" para sempre.
Acredito que esta seja uma das possibilidades de encontro entre o historiador e o designer de interiores. O designer pode recuperar e dar nova vida a um ambiente, o historiador oferece a possibilidade de reinterpretar e revitalizar o passado. Estas conexões valem para outras profissões também, sabendo superar as dificuldades e diferenças entre as áreas, procurando conectar tudo o que se aprendeu, acho que o mundo profissional tem muito a ganhar com as formações múltiplas.
Para quem não conhece o ofício do historiador posso dizer que é praticamente isso que acontece quando estamos pesquisando nos acervos e arquivos históricos. Quando tiramos a poeira de um texto, imagem ou objeto histórico e deixamos ele nos "contar" o que aconteceu em épocas passadas é como se déssemos "voz" ao documento e ele se libertasse do esquecimento para voltar a fazer parte da nossa sociedade, seja por meio de um livro, museu ou exposição.
Para realizar ambos os trabalhos são necessários profissionais empenhados, que saibam conduzir este processo de revitalização e que sejam apaixonados por reconstruir e recuperar o que foi feito por outras pessoas em diferentes épocas. E, se for preciso, que estes profissionais (historiadores, designers e outros) sejam capazes de oferecer novas possibilidades de uso, mais adequados aos dias de hoje, a fim de evitar que o documento, a casa ou o móvel antigo se perca e se "cale" para sempre.
Acredito que esta seja uma das possibilidades de encontro entre o historiador e o designer de interiores. O designer pode recuperar e dar nova vida a um ambiente, o historiador oferece a possibilidade de reinterpretar e revitalizar o passado. Estas conexões valem para outras profissões também, sabendo superar as dificuldades e diferenças entre as áreas, procurando conectar tudo o que se aprendeu, acho que o mundo profissional tem muito a ganhar com as formações múltiplas.
O historiador (Carlos Drummond de Andrade, A paixão medida, 1980)
"Veio para ressuscitar o tempo e escalpelar os mortos, as condecorações, as liturgias, as espadas, o espectro das fazendas submergidas, o muro de pedra entre membros da família, o ardido queixume das solteironas, os negócios de trapaça, as ilusões jamais confirmadas nem desfeitas.
Veio para contar o que não faz jus a ser glorificado e se deposita, grânulo, no poço vazio da memória.
É importuno, sabe-se importuno e insiste, rancoroso, fiel."
E um pouco da atividade do designer de interiores...
Antes e depois parede da estante da "sala de leitura" do Senac |
Antes e depois piso da "sala de leitura" do Senac |
Antes e depois parede das estantes flutuantes da "sala de leitura" do Senac |
Fotos: sala de leitura Senac-Santos (acervo pessoal)