Outro dia li um texto super interessante no Houzz sobre a necessidade de planejar bem antes de fazer qualquer transformação nos ambientes da casa. Achei as observações da colaboradora do site e designer de interiores, Judith Taylor, muito pertinentes e como compartilho das mesmas ideias resolvi comentar cinco das suas dicas preciosas aqui no blog.
A designer começa o texto falando da sua frustração ao ver que a maior parte dos erros no design poderia ser evitado se houvesse um planejamento adequado. Segundo Taylor, uma das coisas mais chatas para quem está transformando algum ambiente da casa é perceber um gasto mal feito, por exemplo, comprar algo que não se adequa ao espaço. E qual seria o caminho mais acertado?
Foto: reprodução / @interioresdesigndecoracao. E quando o sofá não cabe na sua sala? |
Dica 1: projetar o ambiente no papel. Concordo plenamente com a afirmação da designer de que um dos maiores problemas de se resolver é quando móveis ou eletrodomésticos não passam pelas portas ou simplesmente ficam desproporcionais no ambiente. É preciso estar muito atento às dimensões dos objetos (altura, largura, profundidade).
Uma maneira de prevenir o erro é fazer uma planta do cômodo no papel, seguindo uma escala, por exemplo, 1:20. Desenhar também no papel o mobiliário que você já tem, recortar e dispor os mesmos pela planta. Assim, você verifica se tem como adicionar alguma peça nova. Cheguei a fazer um exercício desse tipo no curso livre de decoração prática no Senac e foi bem útil para ter uma visão adequada da ocupação do espaço. Muitas vezes percebemos que adicionar um objeto novo pode bloquear a circulação dos usuários.
Exercício realizado no curso de decoração prática no Senac para estudar a melhor disposição do mobiliário de acordo com o perfil do usuário. |
Dica 2: fazer a medição dos móveis e outros itens já existentes, assim como das portas, pé direito, corredores e escadarias por onde o objeto terá que passar. Na hora de comprar algo novo, sua sugestão é verificar as dimensões, marcar a forma e o tamanho do objeto no chão com uma fita adesiva ou utilizando caixas para ter uma ideia de como vai ficar no ambiente em escala real, verificando também se a peça passaria facilmente por portas e corredores.
Dica 3: funcionalidade do ambiente, o que significa pensar sobre como o cômodo será utilizado. Tendo clara qual a função primária do espaço, por exemplo, uma sala de estar, os móveis e outros itens devem ser escolhidos pensando nos usuários dentro deste contexto. A função primária é a mais importante e deve nortear as escolhas, mas nada impede de considerar outras atividades no espaço e o que é necessário adaptar para realizá-las. Móveis flexíveis é um caminho interessante.
Projeto 3D feito no Promob. Hoje em dia, nós, designers de interiores, contamos com vários softwares para projetar os ambientes e ajudar o cliente a fazer suas escolhas. |
Fotos: dicas para transformar os ambientes da casa (acervo pessoal)
Dica 4: criação de um arquivo com imagens inspiradoras e que tenham a ver com o nosso estilo. Anotar aquilo que mais gostamos nas imagens também ajuda a explicar nossas escolhas para outras pessoas com quem vamos dividir o espaço. Reunir amostras de fabricantes de tecidos, de tintas e de materiais como madeiras e laminados, agiliza o processo da compra, já que vamos comprar tendo uma ideia do que queremos.
Dica 5: pedir ajuda. Judith Taylor faz uma ótima observação sobre a resistência que algumas pessoas têm de contratar um designer de interiores por imaginar que seus serviços são muito caros. Ou também por acharem que os designers vão gastar demais ou impor o seu estilo.
Concordo com a constatação da autora de que muitos designers amam orientar as pessoas a seguir o caminho certo e que mesmo estando seguras de suas preferências, ouvir uma outra opinião serve para, entre outras coisas, evitar erros simples, mas que podem custar caro. Aqui no blog essa questão também foi abordada no post sobre o livro "Cimento, batom e pérolas" da Dorys Daher.
Contem para mim nos comentários, o que vocês acharam das dicas? Já testaram alguma delas na prática?
Fonte: Houzz, Judith Taylor, post 9 Planning Musts Before You Start a Makeover