Dando continuidade aos posts sobre os filmes que receberam indicações ao Oscar 2015, posso dizer que "O Jogo da Imitação" (The Imitation Game, 2014) me surpreendeu positivamente. São três fases da vida do matemático Alan Turing (Benedict Cumbertatch) sendo contadas ao mesmo tempo: a infância, a juventude cheia de desafios e a maturidade com ares decadentes. A vida de uma pessoa é muito complexa para contar em poucas horas, mas achei que desta vez os recortes foram acertados e deram dinamismo ao filme.
Acredito que quem conhece a história da computação já tenha ouvido falar de Alan Turing. Seu trabalho foi importante para o desenvolvimento dos computadores. Não conhecia essa história e o jeito como foi contada no filme me deixou envolvida. O matemático teve uma grande chance de mostrar seu talento durante a Segunda Guerra Mundial ao criar uma máquina para decodificar mensagens transmitidas pelo exército alemão. Apesar dos esforços, seu projeto muitas vezes chegou ao ponto de ser abandonado, o que torna tudo mais angustiante.
Há também outra questão tratada no filme que faz parte da sua vida privada e que hoje em dia ainda é muito discutida. Fiquei um tanto chocada com a maneira que Turing foi tratado pelo governo britânico mesmo com suas contribuições científicas. Para mim uma das melhores cenas do filme é a que Turing debate com o investigador da polícia sobre o pensar humano e a máquina. Um diálogo certeiro que atinge não apenas as diferenças entre homens e máquinas, mas também entre os próprios seres humanos.
O filme "O Jogo da Imitação" recebeu 8 indicações ao Oscar 2015, entre elas, a de melhor filme e a de melhor ator para Benedict Cumbertatch, que vem sendo elogiado no papel de Alan Turing.
Para relembrar, no ano passado fiz três posts com minhas impressões sobre os filmes indicados ao Oscar 2014, "Gravidade", "Ela" e "12 anos de escravidão", que acabou ganhando o prêmio de melhor filme.
Trailer do filme "O jogo da imitação" no Youtube