quinta-feira, 16 de abril de 2015

Livro: do briefing à criação do conceito em design de interiores

Comprei este ótimo livro "Design de interiores: guia útil para estudantes e profissionais" na Amazon. A autora Jenny Gibs é diretora da "KCL School of Design" em Londres. Selecionei para comentar aqui no blog trechos do livro em que a autora aborda as etapas iniciais de um projeto de interiores que, segundo sua própria esquematização, fazem parte da 1ª e 2ª fase de um total de quatro fases que correspondem a um projeto completo.  

capa do livro Design de interiores: guia útil para estudantes e profissionais - autora Jenny Gibs

Começo destacando a observação de Jenny Gibs sobre a questão de contratar ou não o designer de interiores. Em alguns países europeus, segundo Gibs, prevalece a ideia de que contratar tal serviço seria um gasto supérfluo ou que o profissional poderia querer impor seu estilo na casa do cliente. Acredito que isso aconteça por alguns motivos, entre eles, o de não saber muito bem as atividades que o designer de interiores está capacitado para realizar e como ele vai realizá-las. 

A partir destas duas primeiras fases do projeto já é possível compreender alguns aspectos importantes do trabalho do designer, leia a seguir: 

1ª FASE

1. O primeiro contato entre o designer e o cliente pode ser feito no próprio local do projeto e sem custos. Este é um momento oportuno para se conhecerem melhor, perceber afinidades, mostrar portfólio, etc. Daí surgem as primeiras notas sobre gosto e estilo de vida dos moradores, no caso de uma residência, assim como as primeiras impressões do local e das questões que incomodam. Lembrando que o designer também pode perceber que não é o mais indicado para o trabalho e propor outro profissional.

2. Tudo correu bem no primeiro contato, as próximas reuniões serão utilizadas para desenvolver o programa de necessidades (ou briefing), o que significa levantar detalhes sobre o cliente e o espaço, que servirão para nortear todo o projeto. Os dados podem ser coletados por meio de questionários aplicados a todos os usuários do espaço. As perguntas e respostas permitem mapear o perfil dos moradores, aspetos da rotina, hábitos, preferências pessoais, necessidade de adaptações nos ambientes, identificando aspectos que passam despercebidos pelos usuários. Gibs lembra que é importante verificar também as limitações existentes. Neste momento, ter uma noção de quanto o cliente deseja investir evitará uma proposta fora da sua realidade. 

3. Após este levantamento, o designer elabora um relatório com a análise do programa de necessidades e apresenta a sua proposta de trabalho com prazos, honorários, formas de pagamento e outras informações relevantes para as fases seguintes do projeto. Este é um momento propício para negociar as formas de pagamento com o cliente que pode, por exemplo, optar por desenvolver todas as etapas do projeto ou uma delas com o designer e as demais com outro profissional. Em seguida, pode-se apresentar o contrato de prestação de serviço. 

2ª FASE

1. Aprovada a proposta de trabalho e assinado o contrato, entramos na segunda fase do projeto, que começa com o diagnóstico do local. Nesta fase será feito um levantamento dos dados físicos por meio de medições e anotações dos elementos existentes no ambiente como janelas, portas, instalações elétricas, piso, mobiliário, etc. Além de desenhos, se o cliente permitir, o designer pode usar outros recursos como fotografia e vídeo para estudar o local. Jenny Gibs nos chama a atenção para os problemas "ocultos" do ambiente que acabam não sendo identificados facilmente e que podem comprometer o andamento do projeto e alterar os custos. Atenção redobrada se o imóvel for antigo. 

2. Com as informações obtidas até este momento o designer pode iniciar a pesquisa e desenvolvimento do conceito do projeto. Como Jenny Gibs lembra bem, o processo criativo do designer pode se dar de diferentes maneiras, porém, ao elaborar as soluções de design, não se deve perder de vista o estilo de vida do cliente, o local do projeto e o orçamento disponível. Painéis conceituais, plantas e perspectivas são utilizados pelo designer para organizar suas ideias e apresentar o conceito ao cliente. 

Jenny Gibs finaliza o capítulo motivando o designer a não se dar por satisfeito até encontrar soluções adequadas que garantam os melhores resultados estéticos e funcionais, respeitem o meio ambiente e possibilitem intervenções futuras descomplicadas e de baixo custo. Conhecendo as funções do designer de interiores acredito que fique mais fácil identificar o momento de contratar os seus serviços.

projeto de interiores com destaque para cores preta e laranja - autoria Carina Pedro

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