Neste post vou abordar as fases 3 e 4 de um projeto de interiores, segundo o livro de Jenny Gibs, "Design de interiores: guia útil para estudantes e profissionais". Para compreender melhor o passo-a-passo não deixe de conferir o primeiro post sobre o livro, "do briefing à criação do conceito em design de interiores", que corresponde à primeira e segunda fase do projeto.
3ª FASE
1. Apresentado e aprovado o conceito do projeto pelo cliente, o designer de interiores deverá especificar todos os produtos que fazem parte do projeto executivo, como por exemplo, o tamanho e a quantidade de rolos do papel de parede escolhido. Para ser mais detalhista nas especificações, amostras dos materiais podem ser incluídas. Jenny Gibs ressalta que esta fase exige um grande esforço do designer pela quantidade de detalhamentos, o que pode consumir bastante tempo.
2. Nesta fase o designer também seleciona a equipe de trabalho, ou seja, quais são os profissionais que farão parte da execução do projeto, levando em conta a sua complexidade. O cliente pode preferir indicar profissionais de sua confiança para fazer um orçamento e depois, com a ajuda do designer, escolher as melhores propostas. Para o projeto executivo podem ser necessários mais desenhos e plantas detalhadas feitas pelo designer, que também serão muito úteis para os outros profissionais contratados.
3. Dependendo do caso, este é o momento para avaliar a necessidade de solicitar licenças aos órgãos públicos ou de consultar o corpo de bombeiros para evitar problemas posteriores. A autora dá o exemplo da necessidade de licença de obras em imóveis tombados pelo patrimônio histórico ou em áreas de preservação ambiental. Tudo isto pode gerar custos adicionais, adequação do projeto e adiamento de prazos.
4ª FASE
1. Orçamentos finais aprovados e contratos assinados, a partir deste momento, precisam ser elaborados a programação dos trabalhos e o cronograma de obras. Se julgar necessário, o designer de interiores pode delegar essa função para um gerente de projetos, que vai ter uma lista de responsabilidades pela frente. Para que o trabalho do gerente seja bem sucedido, Jenny Gibs ressalta que é preciso haver um bom relacionamento e uma boa comunicação entre os membros da equipe de projeto, que nesta fase inclui fornecedores e construtores.
2. Junto a programação das obras deve ser feito um plano de compras, garantindo que os materiais, móveis e outros objetos estejam disponíveis na hora certa. A boa relação com os fornecedores ajuda o designer a se programar e resolver eventuais problemas de entrega ou troca de produtos. Para melhor controle, os pedidos e os pagamentos a serem feitos podem ser registrados em uma planilha.
3. Todo esse planejamento prévio permite que a obra seja executada sem maiores problemas, mesmo assim, é importante que o designer acompanhe a execução dos trabalhos. Gibs chama atenção para aqueles casos em que o cliente está morando no imóvel e, por estar acompanhando muito de perto a obra, toma decisões sem consultar o designer de interiores, gerando transtornos desnecessários. Também faz parte do acompanhamento de obras verificar se os produtos comprados chegaram em ordem e se a instalação dos mesmos está sendo bem realizada. Todos os documentos gerados nesse processo, como as notas fiscais e garantias, devem ser guardadas e entregues ao cliente na finalização.
4. Aproximando-se da finalização, o designer faz uma vistoria no local para verificar se ficou algo pendente de reparos. Para o grande dia, a dica de Jenny Gibs é que o designer aproveite as informações do briefing para tornar o momento da entrega da obra ainda mais especial. Outro item que a autora recomenda é a entrega de um "manual do proprietário", que inclui várias informações, desde faturas a cores das tintas utilizadas no projeto. Para maior tranquilidade, o designer de interiores pode se manter disponível por um tempo combinado a fim de resolver problemas que surgirem após a entrega da obra.