Com o intuito de explicar as atividades que o designer de interiores está capacitado para realizar e como ele vai realizá-las escrevi dois posts anteriormente sobre as fases de um projeto de interiores: "do briefing à elaboração do conceito" (fases 1 e 2) e "do projeto executivo à finalização da obra" (fases 3 e 4), esquematização baseada no livro da Jenny Gibs. Dando continuidade, acho importante falar como o designer cobra por seus serviços, cruzando as dicas do mesmo livro com outras referências.
Os preços e as formas de cobrança que o designer de interiores negocia com o seu cliente dependem da complexidade do projeto. O designer deve estar disposto a negociar as fases do seu trabalho, esclarecendo sempre as dúvidas que surgirem sobre custos. Do outro lado, o cliente não é obrigado a cumprir todas as etapas do projeto com o designer, e, se desistir, deve estar ciente do que precisa ser acertado e reembolsado, de acordo com o serviço prestado até o momento da desistência. Em linhas gerais, veja como o designer pode cobrar pelos seus serviços:
1. Por hora: a consultoria é um serviço bem interessante quando há uma necessidade pontual. Neste caso, o designer pode cobrar por hora técnica. Alguns exemplos: uma visita técnica para dar sugestões e/ou fazer intervenções pequenas no espaço, acompanhamento do cliente às lojas do ramo, orientando na aquisição de novos bens, inclusive na escolha de um imóvel próprio ou de aluguel. Mesmo parecendo algo simples de resolver, a consultoria técnica do designer é planejada no sentido de diminuir os gastos e minimizar os riscos de comprar algo inadequado.
2. Por preço fechado: quando a necessidade do cliente é mais complexa, o designer de interiores pode optar por cobrar um preço fechado que inclua, por exemplo, as fases 1, 2 e 3 do projeto de interiores, ou seja, do briefing ao projeto executivo. Para chegar a esse preço o designer considera algumas variáveis com a ajuda do briefing e o tempo de trabalho necessário para a realização das respectivas fases do projeto com todas as suas especificidades. A intenção é que seja feita uma proposta realista e flexível ao cliente.
3. Percentual: outras variáveis também serão consideradas em projetos mais longos e complexos, nos quais o designer trabalha até a finalização. É o caso das comissões e da administração da obra que podem ser negociadas e combinadas previamente com o cliente. Lembrando que a comissão é um percentual sobre os produtos fornecidos por lojas indicadas pelo designer e o custo de administração é um percentual sobre o total do orçamento da obra. Os pagamentos finais podem ser acertados para um período posterior à entrega da obra, assim o cliente tem mais tempo para utilizar os ambientes e pedir auxílio ao designer no caso de algum imprevisto.
Lembrando que o designer de interiores pode se especializar em uma ou mais áreas de atuação, o que pode interferir nos honorários e nas formas de cobrar pelos seus serviços. Por exemplo, um designer especializado em desenhar móveis vai criar peças sob medida para o ambiente, o que pode aumentar o preço final, mas melhorar a qualidade do projeto como um todo. É importante explicitar todos os benefícios de contratar um profissional especializado para que seu trabalho seja valorizado. Quem quiser ler mais sobre esse tema indico o post "Precificando o projeto" do lighting designer Paulo Oliveira.