Algumas semanas antes de fazer o curso de personal organizer assisti a um webinário muito bacana sobre o livro "A Mágica da Arrumação" da japonesa Marie Kondo que já conta com milhões de exemplares vendidos (o vídeo do webinário está no final do post). Fiquei muito intrigada com esse sucesso todo e resolvi ler a publicação. Gostei bastante, especialmente, de como a autora trata o descarte dos objetos, questão delicada entre os que estão organizando os ambientes.
Livro "A Mágica da Arrumação" de Marie Kondo |
Marie Kondo escreveu os capítulos do livro com base em sua vivência pessoal, organizando o seu espaço e da sua família, e também na sua experiência profissional, atendendo diversos clientes. Para começar o descarte, a personal organizer propõe perguntas que nos levam a uma reflexão, na mesma linha daquele post em que tratei sobre autoconhecimento e estilo. Podemos começar com a seguinte questão: por que quero organizar minha casa? Os motivos devem ser profundos, uma mudança de estilo de vida, segundo a autora.
Na sequência, Marie Kondo nos mostra como tomar uma decisão definitiva em relação ao que vai ficar e ao que vai embora do ambiente. Lembrando que o descarte não significa jogar o objeto no lixo, a doação ou conserto também são possibilidades. Como foi bem destacado no webinário, alguns passos da profissional japonesa para fazer um descarte bem sucedido podem parecer incomuns aos nossos olhos, mesmo assim, vale muito a pena conhecê-los:
1. Começar por itens que são mais fáceis de descartar, ou seja, aqueles que não temos um super apego por nos trazerem recordações fortes. Para Marie, a melhor sequência é: roupas, livros, papéis, presentes e outros itens que nos tragam lembranças como fotos.
2. Procurar os itens de uma mesma categoria, fazendo uma varredura pela casa e reunindo todos eles em um mesmo lugar, em seguida, espalhá-los pelo chão para que saiam do seu estado de "hibernação" e possam ser avaliados de maneira adequada.
3. Com todos os itens da mesma categoria à vista, fazer um "autodiálogo" para identificar os objetos que realmente trazem alegria e que devem ficar no ambiente. Quando a resposta for negativa, o item deverá ser descartado. Fazer o mesmo com os itens de outras categorias, por exemplo, roupas, livros, etc.
4. Evitar a exposição dos itens descartados para família, especialmente, para os pais, que podem ficar preocupados com o descarte e desejar "resgatar" os objetos, usando diversas desculpas, entre elas, a do reaproveitamento, que poderá não ocorrer de fato.
5. Após a triagem, fazer a doação dos itens descartados para quem realmente precisa. Dar o objeto para um parente sem fazer essa avaliação, pode ser um alívio para si mesmo, mas prejudicial para o que recebe, além de gerar acumulação em outro lugar.
Assim, para Marie Kondo, o descarte deve ser feito de maneira definitiva por meio de uma avaliação criteriosa de cada um dos objetos que fazem parte da nossa vida. Nessa triagem estarão aqueles itens que já cumpriram o seu papel e devem partir imediatamente, incluindo presentes de pessoas queridas, compras por impulso, etc. Notei que sua proposta é um pouco diferente da sugerida no livro Terapia do Apartamento, que já postei aqui no blog, em que uma saída possível seria guardar esses itens em uma zona de descarte por um tempo determinado.
Após fazer o curso de personal organizer e aprender com as professoras e profissionais experientes acredito que todas essas dicas de descarte da Marie Kondo são válidas e poderão ajudar em alguns casos. Haverá outros, no entanto, em que o uso da zona de descarte poderá ser a melhor solução. Para quem está precisando da ajuda profissional é importante saber que em cada trabalho o personal organizer cuidará de identificar o espaço disponível para organização e a disposição para o descarte das pessoas envolvidas, planejando e definindo como isso será feito com o seu cliente. Assim, tudo será realizado com a concordância e autorização do mesmo.
Webinário sobre o livro a Mágica da Arrumação no Youtube