Por conta do lançamento do meu livro, que contei no post anterior, lembrei de falar de um ótimo lugar para quem gosta de objetos de época e deseja comprá-los: o antiquário. Como historiadora e designer de interiores fica difícil eu entrar nesse tipo de loja e não dar uma garimpada ou ficar imaginando os ambientes que receberiam bem qualquer um desses itens de longa data e com muita história envolvida. Para ficar mais fácil a visita nesses estabelecimentos recheados de objetos de todo tipo vou compartilhar algumas dicas.
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| Foto: objetos à venda no antiquário ABC Antiguidades, Santos. |
Assim como em uma ida ao brechó, precisamos de tempo para olhar as peças com calma no antiquário. Já vi casos em que ambos funcionavam no mesmo local. Aí, a visita pode se estender por mais tempo ainda. Acho bacana também já ter claro na cabeça o tipo de objeto que quer comprar, por exemplo, um telefone típico dos anos 60 ou uma louça francesa do começo do século XX, assim não ficamos perdidos na imensa variedade de itens que esses lugares costumam expor.
Muitas vezes o espaço disponível no antiquário para vendas é pequeno em relação à quantidade de objetos. É preciso ter cuidado para não se esbarrar e, ao mesmo tempo, ficar atento aos cantinhos das prateleiras que podem esconder uma peça pequena e avulsa. Aliás, quem procura peças que geralmente são vendidas em conjuntos, como pratos e xícaras, no antiquário há muitas delas para criar composições descoordenadas e charmosas para o cantinho do café, por exemplo.
Outra coisa interessante sobre esse tipo de comércio é que eles fazem trocas, ou seja, você pode levar uma peça bacana para ser avaliada em troca de outra do acervo da loja. Nessa avaliação são considerados alguns aspectos como o estado de conservação. Além da troca, é possível vendê-la para o antiquário ou deixar a peça em consignação, sendo que o acerto será feito quando a mesma for vendida. Informações sobre fabricante, país de origem, raridade e outras ajudam na hora de calcular o preço justo.
Talvez o objeto precise passar por uma restauração para ser colocado à venda e o próprio antiquário pode oferecer este serviço. Por outro lado, dependendo da peça, vale a pena comprar com defeito, mais barata, e dar uma repaginada. Pequenos móveis como criado-mudos, bancos, cristaleiras, ficam revitalizados com uma nova pintura. Se a ideia não for manter a estética original ou reproduzir o cenário da época, a aplicação de uma cor inusitada é uma das maneiras de desconstruir estilos, como o barroco, art déco, e atualizar a peça. Se tiver muitas dúvidas, solicite sempre o acompanhamento de um profissional da área.
Na minha última visita a um antiquário santista encontrei um móvel similar a do acervo de objetos do Museu Paulista. O chamado "guarda-comida" era utilizado para organizar os alimentos, onde cada gaveta tem uma plaquinha de identificação. Segundo os pesquisadores, ele ajudou a modificar uma "desordem" comum de alimentos, insetos, roedores e outros problemas de higiene que havia nas cozinhas de antigamente. A peça do museu não pode ser modificada, já a do antiquário...é só soltar a imaginação!
Quem gosta deste tema, aproveito para relembrar um post no blog em que falei sobre a minha visita ao Relicário Santo Antônio e o estilo clássico.
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| Fotos: Museu Paulista e acervo pessoal. À esquerda guarda-comida do acervo do Museu Paulista e à direita do antiquário ABC Antiguidades. |
Fotos: uma visita ao antiquário (acervo pessoal)
